Eu vou ao supermercado porque tem de ser. Não vou engatar gajo nenhum, não me vou encontrar com amigos, não vou tomar café com aquele gaiato todo jeitoso, não vou a nenhuma cerimónia especial, vou ao supermercado porque é lá que há a famosa comida que eu preciso para ser uma jovem saudável.
Chego ao supermercado, pego num carrinho e é enchê-lo de pão, papel higiénico, sumos, carne, guardanapos, massas, arroz, peixe, pensos e toda a panóplia de produtos que há à venda numa superfície dessas, o que de glamoroso não tem nada.
Ora se o supermercado serve para colmatar uma necessidade, se não é nenhum evento especial, se sei que vou andar bastante, porque carga de água é que é mau as pessoas irem confortáveis às compras?
Qual é o mal das calças de fato de treino e dos ténis?
Eu quando vou à casa-de-banho (colmatar uma necessidade, portanto) não preciso de ir vestir o vestido de gala, quando vou despejar o lixo ao fundo da rua também não preciso.
O raciocínio é o mesmo para uma ida ao Jumbo, Continente, Feira nova mais próximo.
Se vou sair, se vou trabalhar, se vou passear, se vou ter com amigos, isso sim merece o meu esforço, agora ir comprar comida? Pelo amor da Santa!